Entrevista com Abelardo de Carvalho

Diretor e roteirista, Abelardo de Carvalho é natural de Iguatama, no Centro-Oeste mineiro. Ele é bacharel em Artes Cênicas pelo Centro de Letras e Artes da Universidade do Rio de Janeiro (Uni-Rio), e pós-graduando em Arte e Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais.


1) É comum lembrarmos com carinho do início da nossa relação com o cinema. Os filmes ruins que nos marcaram, os cinemas frequentados (que hoje, provavelmente, estão fechados), as extintas locadoras de VHS e DVD que faziam parte do nosso cotidiano. Conte-nos um pouco de como é sua relação com a 7ª arte. Quando nasceu sua paixão pelo cinema? 

A.C.: Desde sempre... Desde a primeira vez, quando aos 10 anos fui a uma matinê em minha cidade natal assistir a um filme do Tarzan.

2) Tyler Durden disse em Clube da Luta: "As coisas que você possui acabam possuindo você". Ser colecionador é algo que se encaixa neste conceito, já que você se torna escravo do colecionismo. Coleciona filmes, CDs ou algo relacionado à 7ª arte? 

A.C.: Não, propriamente. Somente fotos antigas de minha cidade natal. Nosso curta ÚLTIMO RETRATO trata deste assunto. Quero dizer, de algumas fotos mortuárias da referida coleção.

3) Com relação às suas preferências cinematográficas, há uma lista dos filmes de sua vida? Um Top 10 ou mesmo o filme mais importante? 

A.C.: Não. Não existe uma lista.

4) "Nossas vidas são definidas por oportunidades, mesmo as que perdemos.", diria Benjamin Button em seu filme. O caminho até o eventual sucesso não é fácil, principalmente na concorrida Indústria Cinematográfica. Conte como foi seu início de carreira.

A.C.: Eu desenvolvo roteiros originais desde 1989... na Era Collor. Mas, somente agora, com o advento do digital, estou podendo executá-los. Há 10 anos, fiz meu primeiro curta, AMOLADOR. Desde então, trabalho em projetos pessoais e de amigos.

5) "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos". Considerando a reflexão, há alguma experiência vivida no meio artístico que foi especialmente marcante?

A.C.: Foi ver a nossa modesta produção FAROESTE, do ponto de vista orçamentário, ser incluída na lista do renomado crítico carioca Carlos Alberto Mattos entre os 10 melhores filmes não lançados de 2014. Inimaginável.  

6) Fale um pouco sobre os seus próximos projetos. 

A.C.: O FAROESTE é um projeto ainda em andamento. Ainda recebo convites para mostras e afins. Já chegou à TV no Canal Brasil. Final de abril/16, ele foi exibido em Belo Horizonte dentro de uma programação que festeja a reinauguração do Cine Santa Teresa. Paralelo a isso, estou numa fazenda no interior de Minas há quase um ano, produzindo um novo longa, um thriller de suspense, a história de um serial killer do sertão.

7) Ao olhar para sua trajetória, qual aprendizado considera mais valioso e gostaria de compartilhar?

A.C.: Sem lições. Mas é sempre bom estudar todas as formas de expressão artística, na medida do possível. Ler SEXO, DESVIO E DANAÇÃO (livro sobre as minorias medievais, indispensável para compreendermos o nosso atual mundo... em colapso) e ser obsessivo. Sobretudo, ser obsessivo.

M.V.: Obrigado e sucesso. 


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